Oferta de água doce para a população
O
Brasil mantém uma posição privilegiada no cenário mundial: detém cerca de 12%
da água doce superficial do planeta, enquanto regiões da Europa, como Portugal
e Espanha, além de Oriente Médio e grande parte da África, lutam contra a
escassez crônica do produto.
A distribuição pelo território brasileiro é, porém, desigual. A Amazônia
derrama no mar 78% da água superficial do Brasil, com um excedente hídrico que
atrai a cobiça global. O Sudeste fica com apenas 6%. Num dos países mais ricos em água doce do planeta, as cidades enfrentam
crises de abastecimento, das quais não escapam nem mesmo as localizadas na
Região Norte, onde estão perto de 80% das descargas de água dos rios do Brasil.
A divisão da água no Brasil é ainda desigual em relação aos usos e às
responsabilidades de cada setor. A agricultura fica com cerca de 70% da água
captada em mananciais, usada muitas vezes sem o devido cuidado em relação às
técnicas de irrigação, além de deixar escorrer novamente para os cursos d'água
uma grande quantidade de produtos utilizados como fertilizantes e defensivos
agrícolas. Na verdade, venenos que precisarão ser retirados em seu próximo uso,
em estações de tratamento que vão enviar água encanada às residências e
indústrias. 8% do fornecimento de água doce do planeta vão para uso doméstico;
cerca de 70% é usado para irrigação e 22% na indústria.
Mais de 40 milhões de brasileiros não
recebem água de forma regular, não podem confiar na qualidade da água que chega
nas suas torneiras e vivem num penoso regime de rodízio ou de fornecimento
muito irregular da água.
Documento elaborado em 2011 pela Agência
Nacional de Águas (ANA), o Atlas Brasil - Abastecimento Urbano de Água mostra
que, somente na área urbana, dos 5.565 municípios brasileiros, 55% poderão ter
déficit no abastecimento de água já em 2015. O estudo mostra que 84% das cidades
necessitam de investimentos urgentes para adequação de seus sistemas produtores
de água potável.
Na área urbana, os principais problemas
para garantir o suprimento do recurso para a população são o crescimento
desordenado, em especial das metrópoles e a demora na conclusão dos cronogramas
das obras de infra-estrutura.
A área rural também pode sofrer para
conseguir água apropriada para o consumo humano. Segundo o presidente executivo
do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, um dos problemas é que
nesses locais as casas ficam muito distantes uma das outras, dificultando a
instalação de sistemas de água, de coleta e tratamento de esgotos.
Considera-se que é necessário um manejo
integrado de recursos hídricos que avalie quem precisa de que tipo de água,
assim como onde e como usá-la mais eficientemente.
http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/cd17/abundabras.pdf
Aluna: Dállet Isla.
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